(off: parece que a pauta deste blog está mesmo em alta.) Ontem, 11 de fevereiro de 2016, foi instituído o/como o/ Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência. Para celebrar a data, vários sites feministas estão publicando artigos sobre mulheres nas ciências.
À parte disso, que deixo para outra publicação, vou falar um pouco sobre o documento que foi publicado institucionalizando este dia, que reafirma algumas resoluções e reconhece outros fatores.
O objetivo geral é cumprir um plano de erradicação da pobreza em todas as dimensões, inclusive a pobreza extrema até 2030. Presume-se que isso não será possível se não houver a participação de mais cientistas na área. Além disso, as mulheres correspondem metade da população mundial e precisam ser encorajadas a participar das ciências. Neste caso, não só as mulheres, como também as meninas.
É interessante essa ressalva na participação das "meninas" - inclusive na institucionalização do nome - afinal, as meninas de hoje serão as mulheres de amanhã. E, tendo em vista que uma recente pesquisa demonstrou que professores de matemática dão maiores notas para garotas quando não sabem que são garotas, vemos que é pertinente essa nota.
A institucionalização começa como um papel burocrático e termina com um convite, que se fosse um pouco mais direto, poderia ser, até mesmo, um manifesto:
(2) Invites all Member States, all organizations and bodies of the United Nations system and other international and regional organizations, the private sector and academia, as well as civil society, including non-governmental organizations and individuals, to observe the International Day of Women and Girls in Science in an appropriate manner, including through education and public awareness-raising activities, in order to promote the full and equal participation of women and girls in education, training, employment and decision-making processes in the sciences, eliminate all discrimination against women, including in the field of education and employment, and overcome legal, economic, social and cultural barriers thereto by, interalia, encouraging the development of science education policies and programming, including school curricula, as appropriate, to encourage greater participation of women and girls, promote career development for women
in science and recognize the achievements of women in science.
Por outro lado, o ponto (3) coloca que a UNESCO deverá trabalhar conjuntamente para facilitar a implementação do dia em colaboração com as organizações relevantes que já estão envolvidas na promoção de mulheres e meninas na ciência; e (4) que o custo de todas as atividades para a implementação da presente resolução deverá acontecer através de contribuições voluntárias.
É claro que a institucionalização de uma data pode contribuir para o crescimento de investimentos na área. Eu, particularmente, ainda acho pouco efetivo e tenho minhas contraditórias dúvidas sobre a implementação deste plano. Na verdade, espero que os esforços ultrapassem as brochuras e alcancem a sociedade.
A playlist deste texto:
Ver também: laboratório também é lugar de mulher;
entrevista com Isabelle Stengers e Vinciane Despret.
![]() |
fonte da imagem (12.02.2016) |
À parte disso, que deixo para outra publicação, vou falar um pouco sobre o documento que foi publicado institucionalizando este dia, que reafirma algumas resoluções e reconhece outros fatores.
O objetivo geral é cumprir um plano de erradicação da pobreza em todas as dimensões, inclusive a pobreza extrema até 2030. Presume-se que isso não será possível se não houver a participação de mais cientistas na área. Além disso, as mulheres correspondem metade da população mundial e precisam ser encorajadas a participar das ciências. Neste caso, não só as mulheres, como também as meninas.
É interessante essa ressalva na participação das "meninas" - inclusive na institucionalização do nome - afinal, as meninas de hoje serão as mulheres de amanhã. E, tendo em vista que uma recente pesquisa demonstrou que professores de matemática dão maiores notas para garotas quando não sabem que são garotas, vemos que é pertinente essa nota.
A institucionalização começa como um papel burocrático e termina com um convite, que se fosse um pouco mais direto, poderia ser, até mesmo, um manifesto:
(2) Invites all Member States, all organizations and bodies of the United Nations system and other international and regional organizations, the private sector and academia, as well as civil society, including non-governmental organizations and individuals, to observe the International Day of Women and Girls in Science in an appropriate manner, including through education and public awareness-raising activities, in order to promote the full and equal participation of women and girls in education, training, employment and decision-making processes in the sciences, eliminate all discrimination against women, including in the field of education and employment, and overcome legal, economic, social and cultural barriers thereto by, interalia, encouraging the development of science education policies and programming, including school curricula, as appropriate, to encourage greater participation of women and girls, promote career development for women
in science and recognize the achievements of women in science.
Por outro lado, o ponto (3) coloca que a UNESCO deverá trabalhar conjuntamente para facilitar a implementação do dia em colaboração com as organizações relevantes que já estão envolvidas na promoção de mulheres e meninas na ciência; e (4) que o custo de todas as atividades para a implementação da presente resolução deverá acontecer através de contribuições voluntárias.
É claro que a institucionalização de uma data pode contribuir para o crescimento de investimentos na área. Eu, particularmente, ainda acho pouco efetivo e tenho minhas contraditórias dúvidas sobre a implementação deste plano. Na verdade, espero que os esforços ultrapassem as brochuras e alcancem a sociedade.
A playlist deste texto:
Ver também: laboratório também é lugar de mulher;
entrevista com Isabelle Stengers e Vinciane Despret.
Comentários
Postar um comentário